Os dois livros mais conhecidos da Charlotte Brontë, "Jane Eyre" e "Villette", foram criticados por coincidências contidas em suas histórias. O que não me parecem entender é que verossimilhança não significa probabilidade nem verdade. Diminuir um livro pelas coincidências presentes em seu argumento ou descreditar um filme que tenha fadas como personagens é indicativo, na minha opinião, de que o sujeito deveria deixar a ficção de lado e preferir os jornais.
Minha defesa tendo sido feita antes da acusação, me dirijo, agora, ao assunto principal: quando se lê 9 livros ao mesmo tempo, é natural que apareçam temas em comum. Sim, coincidências, as quais não têm nada de sobrenatural ou incomum. Vamos a elas.
- Schiller - Em "Villette", a personagem principal toma aulas de Alemão e, sendo assim, tem o costume de ler Schiller em voz alta. Gosta das Baladas. / Em "Little Women" (segunda parte), o Professor Bhaer (tão alemão quanto possível) lê Schiller ("Wallenstein") para sua, então, aluna e amiga, Jo March. Schiller me faz pensar em "Hallucinating Foucault", da Patricia Duncker, cuja paixão da personagem feminina por ele conseguia ser menos saudável (eufemismo) que a minha por Erico Verissimo.
- Aquiles e Polixena - Em "Thaïs", o monge cujo nome eu me recuso a dizer, por asco, vai assistir a uma representação da qual participa Thaïs. Nela, Agamenon e Pirro, o filho de Aquiles, discutem sobre o túmulo do último acerca da necessidade do sacrifício da virgem Polixena ou não. Agamenon, naquela época, andava enamorado da irmã de Polixena, Cassandra, ambas filhas de Príamo (o rei de Tróia). Era contra. Pirro, porém, achava justo que fosse assassinada aquela pelo amor de quem Aquiles havia morrido. A bela e jovem virgem era interpretada, no palco, pela cortesã Thaïs, que comandava o público com a beleza da dor em seu rosto. / Em "Divina Comedia", Aquiles se acha no segundo círculo do inferno, o dos luxuriosos ("o grande Aquiles, que com amor lutou até o fim"). Há a menção de um Pirro no primeiro recinto do sétimo círculo, o dos violentos contra o próximo, mas eu não tenho certeza de que era ao filho de Aquiles que Dante se referia.
Eu tinha mais algo a falar sobre "Jane Eyre" e "As Mil e Uma Noites". Uma das referências do primeiro ao último, por exemplo, é o nome do cavalo do Mr. Rochester. Porém, acabo de descobrir que preciso ir ao supermercado agora. More later.
música: Bonga - Sodade
Minha defesa tendo sido feita antes da acusação, me dirijo, agora, ao assunto principal: quando se lê 9 livros ao mesmo tempo, é natural que apareçam temas em comum. Sim, coincidências, as quais não têm nada de sobrenatural ou incomum. Vamos a elas.
- Schiller - Em "Villette", a personagem principal toma aulas de Alemão e, sendo assim, tem o costume de ler Schiller em voz alta. Gosta das Baladas. / Em "Little Women" (segunda parte), o Professor Bhaer (tão alemão quanto possível) lê Schiller ("Wallenstein") para sua, então, aluna e amiga, Jo March. Schiller me faz pensar em "Hallucinating Foucault", da Patricia Duncker, cuja paixão da personagem feminina por ele conseguia ser menos saudável (eufemismo) que a minha por Erico Verissimo.
- Aquiles e Polixena - Em "Thaïs", o monge cujo nome eu me recuso a dizer, por asco, vai assistir a uma representação da qual participa Thaïs. Nela, Agamenon e Pirro, o filho de Aquiles, discutem sobre o túmulo do último acerca da necessidade do sacrifício da virgem Polixena ou não. Agamenon, naquela época, andava enamorado da irmã de Polixena, Cassandra, ambas filhas de Príamo (o rei de Tróia). Era contra. Pirro, porém, achava justo que fosse assassinada aquela pelo amor de quem Aquiles havia morrido. A bela e jovem virgem era interpretada, no palco, pela cortesã Thaïs, que comandava o público com a beleza da dor em seu rosto. / Em "Divina Comedia", Aquiles se acha no segundo círculo do inferno, o dos luxuriosos ("o grande Aquiles, que com amor lutou até o fim"). Há a menção de um Pirro no primeiro recinto do sétimo círculo, o dos violentos contra o próximo, mas eu não tenho certeza de que era ao filho de Aquiles que Dante se referia.
Eu tinha mais algo a falar sobre "Jane Eyre" e "As Mil e Uma Noites". Uma das referências do primeiro ao último, por exemplo, é o nome do cavalo do Mr. Rochester. Porém, acabo de descobrir que preciso ir ao supermercado agora. More later.
música: Bonga - Sodade
4 comentários:
Blog novo, vida nova. =)
Não consegui ler meus livros simultaneamente, larguei o Dante (não me condene =P) e a Clarice pela Filosofia e a Introdução ao Direito. Mas termino o Dante antes do fim do ano, questão de princípios.
Não a condeno. Dante é algo que leva... um tempo. Levou comigo, porque eu só queria ler se fosse no original. Obviamente, abandonei esta idéia. E eu sei como é o esquema de trocar por livros da facul. Irei, inclusive, fazer um post sobre isso. Meu Tratado de Fisiologia Médica tá firme e forte. =P
Agora que eu me dei conta que o "vide cor tuum" é você nos comentários do meu blog rs
Então, fui eu quem escrevi aquele texto sim. Escrevi tudo que tem lá, menos uns dois posts da Cecília Meireles e o último, que é um texto do Caio Fernando Abreu ;)
Muitos livros ao mesmo tempo me fazem ter sonhos muito estranhos com todas as histórias misturadas, nunca mais faço isso rs
É que o Weblogger saiu do ar, mas tinha um post lá contando um destes sonhos. Misturava 3 livros: "Uma História de Leitura", do Alberto Manguel, "O Pêndulo de Foucault", do Umberto Eco e "1984", do George Orwell. E foi bizarro. Se eu não me engano, ainda tinha um "Jane Eyre" no meio (como em tudo da minha vida). =P
Sobre o seu texto, achei que as idéias foram bastante originais. Perguntei porque, quando eu "te conhecia" (=P), você ainda não escrevia.
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